Depois de quase 15 meses sem atualizar esse blog, aqui estou eu de volta!
Hoje um professor de Ciência da Computação da UFPB publicou na lista de discussão do curso um link mostrando um depoimento do criador do Twitter onde ele fala que aprendeu bastante com o ballet.
Eu sempre tive um dilema interno sobre atividades extra-curriculares. Eu gosto muito de computação e a verdade é que hoje eu dedico grande parte do meu tempo trabalhando/estudando isso (curso + estágio = 45h/semanais). Ao mesmo tempo que eu pretendo construir minha carreira, aperfeiçoar o que eu sei e contribuir com conhecimento na área, eu também tenho outros interesses. Por exemplo, música.
Sempre quis aprender música, mas sei que isso demanda bastante tempo. Queria só conseguir tocar no piano algumas obras de Mozart, uns sonetos de Chopin e tal, mas não tenho como objetivo viver disso ou contribuir com a área. A mesma coisa acontece com outras áreas de conhecimento e até mesmo com esportes.
O problema é que o tempo é limitado e cada hora que eu venha passar estudando música quase sempre significará uma hora a menos estudando computação. Só que o meu salário e a “reputação” que eu quero construir provavelmente virá da computação, e muitas vezes eu deixo de começar coisas por causa disso.
Claro que se eu for pensar assim eu vou deixar de comer, viajar, sair ou fazer qualquer outra coisa. Mas mesmo sabendo que eu estou sendo muito “bitolado” e “especialista”, eu não consigo deixar de pensar assim.
De vez em quando eu descubro umas coisas que me fazem pensar bastante. Esses dias eu descobri que Einstein tocava violino. Será que se as horas que ele passou tocando violino fossem gastas na Física ele não teria feito mais descobertas? Ou será que isso fez dele um físico melhor? Sei lá, vai que era nessas horas que ele tinha as melhores ideias. Será que ele foi mais feliz por ter realizado essa vontade dele de tocar violino? O que vale mais: felicidade do indivíduo ou progresso para a sociedade?
Tipo, são quase 3 da manhã e eu acabei de voltar de um barzinho. Foi bem divertido lá, joguei muita sinuca e tudo mais, mas será que se eu estivesse ficado em casa não teria sido nessa noite que eu teria criado um aplicativo (a lá Facebook) que iria me deixar rico? Claro que se eu estivesse ficado em casa eu estaria pensando: “será que eu não iria conhecer alguém na feirinha e juntos iríamos ter uma ideia para uma killer application?“
É tudo muito confuso :P. Minha criança interior me diz que eu devo entrar em um curso de música, em um clube de tênis-de-mesa, voltar a velejar e a jogar tênis, começar a escalar, aprender xadrez e muito mais, mas eu continuo ignorando essas mensagens :(.
Na verdade o meu grande medo é fazer várias coisas mas acabar sendo apenas medíocre em todas elas. Meu lado megalomaníaco acha que eu contribuirei mais para a sociedade se eu me especializar muito em uma coisa só.
Mais alguém também tem esse problema?