Cheguei na Holanda! Se você não sabe o que eu vim fazer aqui, leia a página Sobre desse blog. Irei contar como foi a viagem e como está sendo os meus primeiros dias aqui em Eindhoven.

21/08/2012, terça-feira:

Meu voo (TAP, Recife -> Lisboa -> Amsterdã) saiu de Recife às 23:30h. Fui mais cedo com meus pais e minha irmã, chegamos no aeroporto por volta das 19:00h, fiz o check-in e fomos jantar. No restaurante nos encontramos com meu tio e minha tia que moram em Jaboatão dos Guararapes e com um outro parente que estava em Recife a trabalho.

Após o jantar, voltei para o aeroporto com minha família, me despedi deles e segui para a sala de embarque.

Na sala de embarque, como combinado, me encontrei com Cielly, que estuda Engenharia de Computação na UFPB. Enquanto aguardávamos o voo ficamos conversando com um rapaz brasileiro que estava voltando para Roma, onde mora a mais de 11 anos. Lá ele concluiu a graduação, dois mestrados e agora está finalizando o doutorado. Em filosofia. Nada mal, hein?

O voo foi tranquilo. A comida estava mais ou menos, mas este foi o primeiro voo que eu peguei com talheres de metal. Chegando em Lisboa, andamos bastante até chegar na imigração e lá o oficial de imigração deu um carimbo quase invisível no nosso passaporte (passamos uns 5 minutos procurando ele depois) sem fazer muitas perguntas. Apesar de termos algum tempo (1:30h mais ou menos), preferimos ficar dentro da sala de embarque mesmo.

Pouco antes de entrarmos no avião, encontramos Caio, que é de Salvador mas mora atualmente em Floripa. Ele estava indo para a Holanda pelo Ciência sem Fronteiras também. Conversamos um pouco e na hora de entrarmos na fila, descobrimos que a poltrona dele era exatamente do lado da nossa! Que coincidência, não?

22/08/2012, quarta-feira:

O voo também foi tranquilo, mas desta vez eu estava um pouco mais inquieto. Não sei se era a moça da cadeira de trás falando português de Portugal bem alto, a(s) criança(s) chorando ou a ansiedade de chegar.

Chegando em Amsterdã, logo na descida do avião (mais exatamente no final da ponte telescópica), vários seguranças do aeroporto estavam bloqueando a passagem, olhando o passaporte de um por um. “PLEASE TAKE OUT YOUR PASSPORTS”, eles disseram. Eu pensei: mas que lugar estranho para se fazer esse tipo de abordagem, mas entrei na fila. Os seguranças estavam olhando o nome de um por um e conferindo em uma folha.

Quando chegou na nossa vez (minha e de Cielly), os oficiais olharam para a folha, para o passaporte, para a nossa cara e repetiram isso umas 2x. Finalmente, fomos chamados para uma área que tinha logo ao lado e tivemos que responder algumas questões: onde iriamos ficar, o que estávamos fazendo lá, período de permanência, se pretendia trabalhar depois, etc. Não sei o porquê de terem nos escolhidos (fomos os únicos), mas os vários seguranças nos acompanharam até a esteira de bagagens e esperaram com a gente pelas nossas malas. Pela primeira vez, tive ambas as malas TOTALMENTE revistadas.

Eles tiraram todos os itens de dentro dela e olharam dentro das roupas, dos sacos e até dos livros. Olharam o conteúdo dos livros e tudo mais que tinham direito. Depois de fazer a bagunça toda, o segurança olhou para a minha cara e disse: “ok, you can put your things back now”. Claro que não coube tudo de novo (máxima universal: uma vez feita, se as peças forem retiradas da mala e reorganizadas, o espaço dela não será suficiente para guardar tudo de volta) e eu acabei tendo que colocar um monte de coisa na mochila.

Como o voo chegava às 17:05 em Amsterdã, meu plano era pegar o trem para a minha cidade às 18:15. Isso foi o que combinei com o brasileiro (Gilberto) que estava me esperando com minhas chaves na estação da minha cidade. Acontece que com a revista das malas, saímos da sala de desembarque às 18:25 mais ou menos. Ainda aguardei um pouco a companheira de quarto de Cielly chegar e com isso só consegui pegar o trem das 18:45 (cheguei 2 minutos antes na estação).

A viagem foi bem tensa pois não deu tempo de eu entrar em contato com Gilberto avisando que eu ia me atrasar, e viajar com mala pesada + outra mala + mochila só piorou as coisas. Felizmente ele me esperou pacientemente (obrigado!) no ponto de encontro em Eindhoven. Aproveitamos a bicicleta de Gilberto e colocamos a mala menor em cima dela. Ele foi arrastando a bicicleta e eu fui carregando a minha mala de rodinha da estação até a minha casa (pouco mais de 2 km).

Chegando em casa, descobri que os meus dois companheiros de apartamento (que eu não sei quem são) ainda não haviam chegado (e não chegaram até agora). Como estava um pouco tarde (quase 21h), o mercado próximo já estava fechado e eu acabei pedindo uma pizza em uma lanchonete de turcos que tem no outro lado da rua.

O apartamento é bem agradável, mas é um tanto quanto estranho chegar em um lugar sem nada. Além da cama e do jogo de cama, dos talheres de um sofá e uma mesa na sala e de algumas panelas, fogão (sem forno), frigobar e máquina de lavar, não tem mais nada. Ah, claro que eu não posso me esquecer de comentar que tem internet wi-fi

Segue algumas fotos tiradas no primeiro dia:

23/08/2012, quinta-feira:

Até que acordei cedo (sem jetlag!) e fui no mercado aqui da esquina comprar coisas para o café da manhã (leite e cereal) e papel-higiênico (a casa veio sem), detergente, esponja, etc.

Passei a manhã organizando o resto das minhas coisas no meu quarto. Já perto do meio-dia, uma brasileira que mora aqui na minha rua (Ana Carolina) foi comigo na empresa de aluguel do quarto para que eu pudesse assinar o contrato e pagar um depósito de segurança.

Passei a tarde resolvendo umas coisas no computador. Eu havia ficado esperando o sol diminuir para ir dar uma volta, mas já quando deu umas 19h e ele ainda estava muito forte, resolvi sair mesmo assim. Fui em uma rua aqui com várias lojas e supermercados (recomendação da Carol). Bem na esquina da minha rua tem um mercado pequeno, mas como encontrei um supermercado de uma rede maior nessa rua, aproveitei para comprar o jantar (foto).

24/08/2012, sexta-feira:

De manhã fui para a universidade em uma pequena reunião com alguns intercambistas que haviam chegado e com a moça do International Relations Office que falava com a gente por email. Recebemos uma pastinha (tudo muito bem organizado) com instruções e horários para 1) se registrar na cidade, 2) fazer o teste de tuberculose e 3) abrir conta no banco.

Ela também recomendou a gente ir no nosso departamento “dar as caras”. Segui umas plaquinhas até chegar no meu departamento, mas só encontrei salas vazias e avisos de que ele está mudando de lugar. A universidade é bem grande horizontalmente falando (apesar de ter vários prédios altos), mas vou ficar devendo mais fotos para um outro dia.

Na volta, passei novamente na rua das lojas e comprei toalha de corpo, de rosto e um pano de chão. Também fui no supermercado para comprar o almoço do dia. Como tudo é muito perto e as pessoas andam bastante de bicicleta e à pé, normalmente as pessoas fazem compras pequenas diariamente, ao invés de fazer feiras quinzenais. Acho bem legal isso.

Procurando na internet o que fazer, achei um festival de filmes ao ar-livre em um cinema alternativo aqui na cidade. Aproveitei para conhecer uns parques que haviam pelo caminho e acabei andando fazendo um “tour” de 10km à pé. Passei pela primeira vez no centro e fiquei impressionado com a quantidade de pessoas. Até então eu só havia andando na parte pacata da cidade.

Quando finalmente cheguei lá no cinema, descobri que o evento foi cancelado pois ia chover à noite, hahaha. Mas valeu o passeio. Claro que na volta eu tomei o maior banho de chuva e ainda me perdi por alguns momentos, mas foi massa.

25/08/2012, sábado:

Pela manhã fui com Carol (brasileira que mora aqui na rua) comprar uma estante que eu encontrei pela internet em uma loja aqui na rua ao lado. A estante ajudou bastante na organização do quarto. Apesar do quarto não ser muito grande, estou bem feliz com ele.

 

Na volta ajudei Carol a montar a estante na casa dela e almoçamos juntos uma pizza de forno. Isso me lembrou que eu preciso de um forninho elétrico urgentemente, já que meu apartamento não tem nem forno no fogão, nem microondas.

Voltei para casa para descansar um pouco e pela tarde fui com ela na casa de Igor (amigo meu da UFCG que veio para cá pelo intercâmbio). Ele está morando em uma casa com vários outros brasileiros, e nesse dia estava acontecendo uma despedida para uma das brasileiras. Rolou comida mexicana e muito violão no quintal de lá.

Mais tarde fomos para a rua dos bares daqui, mas eu voltei para casa logo cedo.

26/08/2012, domingo:

Como ninguém é de ferro, aproveitei o “sétimo dia” para dormir até tarde e descansar um pouco. Além da chuva, aqui quase nada é aberto no domingo (mercado, lojas, etc).

As outras duas pessoas do apartamento ainda não chegaram. Estou aproveitando bastante meus últimos dias morando sozinho. Eles estão sendo ótimos.

É isso :).